Kompromat: O Dossiê Russo Dublado e Legendado

Jerome Salle parece ser especializado em thrillers de aventura: LARGO WINCH 1 e 2, ZULU, só que A ODISSEIA não era thriller. Mas este filme definitivamente é. E o elemento russo neste filme lançado apenas durante a guerra na Ucrânia soa muito estranho, que coincidência. Bem, este é um thriller internacional clássico sem grandes surpresas, exceto uma excelente direção e atuação, mas onde nada é feito para atrair turistas para visitar a Rússia e sua tolerância, seu comportamento amigável com os estrangeiros; Refiro-me às autoridades, não ao povo comum. Gilles Lelouche está incrível, como sempre. Um pouco longo, porém e repito, infelizmente previsível. “É muito longo”, escreveu alguém. Bem, eu discordo. Em primeiro lugar, os diretores franceses geralmente não seguem o ritmo louco a que os espectadores americanos estão acostumados. Isso é bastante óbvio – você tem que ir ao cinema com uma noção diferente de como um filme de ação deve ser. O filme é extremamente apertado o tempo todo. Extraordinária atenção aos detalhes, e a cinematografia é excelente. Apenas bonita. Sim, o enredo é um tanto complicado – mas é baseado em uma incrível história real. Também é oportuno informar o público sobre o verdadeiro terror em que as pessoas estão vivendo, no estado totalitário da Rússia. D’us sabe quantas pessoas estão presas injustamente. Esta é a história de um homem que, incrivelmente, conseguiu escapar das garras do estado russo. Isto’ Pessoalmente, sou um observador declarado da Rússia desde os anos 70, então qualquer coisa a ver com a Rússia, especialmente a sociedade e a maneira como ela evoluiu em alguns aspectos e não em outros, é de grande interesse para mim. Portanto, este aqui sempre foi vai ser de grande interesse. Basicamente, mostra as instituições funcionando do jeito que estavam sob os czares dos tempos antigos (a Cheka gerou o NKVD, que gerou a KGB, que gerou o atual FSB), o modus operandi realmente não mudou muito … Também mostra, por outro lado, o fraqueza do corpo diplomático francês neste caso, mas reconhecidamente poderia ser recortado e colado em quase qualquer corpo diplomático em qualquer lugar do mundo a qualquer momento. Tive a sorte de ouvir o relato original do verdadeiro herói desta peça, o diretor da Alliance Française, a quem esta história realmente aconteceu no rádio. Dois dos eventos mais dramáticos do filme, não me lembro, aconteceram na vida real ou na “ajuda”, mas, novamente, os cineastas aqui tiveram que ter uma história contundente e certamente têm. Então eles adicionaram elementos mais corajosos. As cargas de bateria e o Kompromat (palavra legal e aterrorizante) foram descritos praticamente como eram. Até onde eu sei, o homem a quem isso aconteceu ainda não sabe exatamente até hoje quem foi o responsável, mas é mais ou menos o que é contado aqui. Como dissemos antes, esta poderia ser a Rússia czarista e ou qualquer outro belo trabalho que Stalin georgiano produziu em seu melhor momento. Então, aqui eles conseguiram o enredo certo e adicionaram eventos dramáticos, eles conseguiram um diálogo muito bom em francês e russo, eles usaram atores que poderiam ser vistos como russos e muitos deles realmente eram russos. Isso é exatamente o que tenho contra os filmes franceses. A história é boa, os atores são bons, as imagens são boas, mas a forma como é filmada é muito longa. É como se existissem 2 tipos diferentes de filmes, os cômicos e os artísticos. Essa tenta ser artística, com pan shots, e se repetindo para a gente entender o quanto o coitado esperou. Eu adoro filmes, e adoro filmes que são uma obra de arte, porque são lindos e, ainda assim, mantêm você interessado o tempo todo, sem precisar tirar uma soneca. Mas este falha nisso. Parecia muito longo, o que aconteceu comigo olhando para o meu relógio por volta da marca de 1 hora para ver quanto tempo eu deveria ficar lá parado. Eu acho que a história real de Yoann Barbereau teria sido melhor, ao invés de basear o filme nela. Tantas perguntas permanecem no final. Muito ruim…